Muitas mães de primeira viagem não sabem que existem outras formas de oferecer leite ao bebê além da mamadeira. Essa informação, que parece óbvia para alguns, ainda é pouco difundida e pode fazer toda a diferença na manutenção da amamentação e no desenvolvimento oral do bebê.

A mamadeira se tornou, ao longo das décadas, um símbolo de praticidade e cuidado. Ela está presente em filmes, comerciais, listas de enxoval e até em brinquedos infantis. Mas apesar de sua popularidade, o uso da mamadeira pode trazer desafios importantes, especialmente quando o objetivo é manter o aleitamento materno.

 

O que está mudando no mercado e na regulamentação 

Nos últimos anos, a indústria tem buscado criar mamadeiras com bicos que imitam o formato e o fluxo do seio materno. A promessa é oferecer uma experiência mais próxima da amamentação natural. No entanto, especialistas alertam que essa semelhança é apenas superficial. O bebê pode até aceitar melhor esse tipo de bico, mas a forma de sucção exigida pela mamadeira continua sendo diferente da do peito, o que pode gerar confusão e interferir na amamentação.

Recentemente, marcas como Medela deixaram de produzir mamadeiras, reforçando seu compromisso com o apoio à amamentação. Essa decisão acompanha um movimento crescente de conscientização sobre os impactos da mamadeira na amamentação e no desenvolvimento infantil.

No Brasil, a NBCAL (Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância) restringe a publicidade de mamadeiras, chupetas e bicos artificiais. O objetivo é proteger o aleitamento materno e evitar que decisões importantes sejam influenciadas por campanhas comerciais. Produtos como mamadeiras não devem ser promovidos diretamente ao consumidor, justamente por seu potencial de interferência.

 

Por que o uso da mamadeira pode ser prejudicial

Embora seja prática, a mamadeira pode interferir na amamentação de várias formas. O principal risco é a chamada “confusão de bicos”, que ocorre quando o bebê passa a preferir o fluxo fácil da mamadeira e rejeita o peito, que exige mais esforço de sucção. Isso pode levar ao desmame precoce e à redução da produção de leite materno.

Além disso, o uso prolongado da mamadeira pode afetar o desenvolvimento da musculatura facial e oral, prejudicando a fala e a mastigação no futuro.

Sabe aquele comentário bem comum por aí? 

"Meu filho desmamou sozinho. Quando estava com 5 meses, começou a rejeitar o peito e aos poucos foi parando de mamar." 

Pode ter certeza: na maioria dos casos, há uso de mamadeira ou chupeta associado. E o comportamento é assim mesmo: o bebê vai se afastando do peito de forma gradual, até que o desmame se instala sem que a família perceba que foi induzido.

 

Quais são as alternativas à mamadeira?

Felizmente, existem outras formas seguras e eficazes de oferecer leite ao bebê fora do peito e elas podem ser adaptadas à idade, à rotina e às necessidades de cada família. No início, pode parecer um pouco difícil, mas com treino e prática, é possível encontrar uma forma que funcione para os cuidadores e para o bebê. 

Veja algumas opções que substituem o uso da mamadeira:

•  Copo aberto: copo comum, muito usado como copinho de shot. Também é possível encontrar modelos específicos vendidos por marcas como Buba e Medela. É a forma mais segura de se oferecer leite fora do peito.

•  Colher dosadora: se assemelha a uma mamadeira, mas possui uma colher no lugar do bico. Permite controlar o fluxo de leite oferecido.

•  Sonda de relactação: sondas finas posicionadas junto ao mamilo ou ao dedo. Quando colocada junto ao mamilo, permite que o bebê estimule o seio, extraindo leite tanto do peito quanto da sonda. Quando colocada junto ao dedo, pode ser usada por outro cuidador.

•  Copos de treinamento: normalmente indicados para a transição da mamadeira para o copo e para auxiliar na introdução alimentar. Porém, podem ser usados como alternativa para bebês que não usam mamadeira, inclusive antes da introdução alimentar. Dê preferência aos modelos sem bicos, como os de tampa 360. Caso não haja adaptação, opte por um modelo de bico rígido — rígido mesmo, sem ser de silicone macio.

Cada método tem suas particularidades, e o ideal é que o uso seja orientado por profissionais especializados, como consultores em amamentação, fonoaudiólogos ou pediatras.

 

E o que podemos concluir?

A mamadeira não é a única e, na grande maioria das vezes, não é a melhor opção! Conhecer outras formas de alimentar o bebê é um passo importante para proteger o aleitamento materno e tomar decisões mais conscientes.

Se você está passando por esse momento, conte com a Easymama para encontrar produtos que respeitam o seu processo e apoiam sua jornada com afeto e informação.